Movimento Cívico pela Linha do Vouga

"Estamos na luta pela Linha do Vouga. Todos nós sonhamos com algo e todos nós ambicionamos algo. Aquilo com que sonhamos e com que ambicionamos é que a via estreita tenha um futuro e não um fim. Queremos que preservem a última linha de via estreita do país, que a renovem, que lhe "limpem a cara". Não queremos que a eliminem pois faz parte da nossa história. Queremos que os nossos filhos, netos e bisnetos, possam, no futuro, desfrutar das mesmas aventuras que todos nós (ainda) podemos desfrutar. A história da Linha do Vouga é algo que tem de ser preservado, pois um país que não preserve a sua história, não é um país. A via tem um potencial turístico enorme, assim como uma afluência de passageiros que consideramos sustentável caso a oferta de comboios seja melhorada. Em Espanha, encontram-se alguns exemplos de como a via estreita pode ser rentável no século XXI, basta para isso algum dinamismo e vontade política para que isso aconteça de igual modo em Portugal."

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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

'MiraVouga': uma solução para devolver o comboio ao troço central

Passaram 12 anos desde que o serviço ferroviário de passageiros foi suspenso no troço central da Linha do Vouga. Em 2013, devido ao avançado estado de degradação da infraestrutura, a velocidade máxima naquele troço já era de apenas 30km/h. 

Um descarrilamento junto ao apeadeiro de Ul, em meados de outubro desse ano, viria a ser um dos principais pretextos para CP e Refer (atual IP) limitarem as circulações à velocidade máxima de 10km/h, tornando aquele comboio no mais lento de Portugal (e provavelmente da Europa). 

O descarrilamento de uma automotora 9630 junto ao apeadeiro de Ul, a 21 de outubro de 2013, acabou por ditar a suspensão temporária do serviço ferroviário de passageiros, no troço central. Foto: Anibal Bastos

Com apenas duas circulações diárias em cada sentido, de Oliveira de Azeméis as automotoras que partiam às 10h30 e às 16h54 em direção a Sernada do Vouga, e no sentido inverso às 6h09 e 14h52, e que já demoravam uma hora e seis minutos para percorrer os cerca de 29 quilómetros, passaram a demorar cerca de três horas!

Se a contestação das populações (onde nos incluímos) e autarcas travou a intenção anunciada pelo governo, em novembro de 2011, de encerrar toda a Linha do Vouga, as mesmas forças já não foram capazes de travar a suspensão do serviço ferroviário de passageiros no seu troço central, que se consumou no final daquele fatídico mês de outubro de 2013, com o anúncio de que este seria substituído por transporte rodoviário (autocarro/táxi), porém mantendo-se aberto e à velocidade máxima de 10 km/h apenas para comboios de serviço (idas à manutenção), num cenário que perdurou ao longo de todos estes anos.

Quando já eram poucos os que acreditavam ser possível salvar aquele troço votado completamente ao abandono, eis que em fevereiro de 2024 iniciaram as tão desejadas obras de renovação, com um investimento que rondou os 6,2 milhões de euros. Em agosto deste ano, o governo e a IP anunciaram com pompa e circunstância a conclusão dessa empreitada, no entanto alegaram que apesar da infraestrutura encontrar-se agora em boas condições de circulação, ainda não permite a retoma do serviço de passageiros. 

Nesta imagem, mostramos o "antes e depois" do estado da via, junto ao local onde ocorreu o descarrilamento de 2013.


Ora, a nossa convicção é de que não há, na verdade, um bom motivo que o justifique. Nesse sentido, o objetivo desta nossa publicação não é debruçar-nos sobre o que compete fazer a cada uma das entidades responsáveis pela Linha do Vouga (IP e CP) para que o serviço de passageiros seja reposto o quanto antes, até porque já o fizemos num comunicado lançado em agosto, mas antes deixar algumas sugestões à operadora ferroviária, as quais, do nosso ponto de vista, poderiam ajudar a agilizar este processo.


Como temos vindo intensamente a alertar, um dos grandes problemas desta linha é a falta de material circulante, mas não é menos verdade que desde 2017 que a CP tem vindo a recuperar o pouco material de via estreita que resta no nosso país. E boa parte desse material até já se encontra disponível precisamente nesta linha, embora a sua utilização se tenha limitado apenas a circulações de carácter turístico. Não sendo, portanto, a falta de material circulante motivo para justificar a ausência do serviço de passageiros no troço central, do nosso ponto de vista é possível não só repor as circulações que existiam antes da sua suspensão, como é possível adicionar pelo menos mais duas em cada sentido. 

Deixamos, por isso, aqui um quadro com os horários praticados atualmente pelo serviço de substituição (táxi) e outro com a nossa sugestão para a imediata reposição do serviço ferroviário, que apesar de contemplar mais duas circulações em cada sentido, continua a não ser o ideal, mas com os reajustes que apresentamos, permitiria ter alguma atratividade. Tivemos em consideração uma redução dos tempos de viagem de uma hora e seis minutos para "apenas" 55 minutos, acreditando que será expectável um aumento da velocidade máxima de 30 para 50 km/h, à semelhança do que é praticado nos restantes troços. Uma das nossas preocupações é que os comboios que chegam tanto a Oliveira de Azeméis como a Sernada do Vouga possam ter ligação com os comboios que seguem em direção a Espinho e Aveiro, respetivamente, com o menor tempo de espera possível.

Neste quadro, mostramos os horários praticados atualmente pelo serviço rodoviário de substituição (táxi), os quais são praticamente idênticos aos que eram feitos pelo comboio antes da sua suspensão.

Neste quadro, mostramos a nossa sugestão de novos horários para a imediata reposição do serviço ferroviário, contemplando mais duas circulações em cada sentido.

Mas afinal, qual é o material circulante que poderia fazer este serviço? A resposta até poderá ser bem mais simples do que parece... Como todos sabemos, e a título de exemplo, um dos grandes sucessos da Linha do Douro é o comboio "Miradouro", constituído essencialmente pelas famosas locomotivas diesel CP 1400, dos anos 60, e pelas carruagens Schindler, dos anos 40. Ora, na Linha do Vouga é possível replicar uma composição relativamente semelhante, que poderia ser o comboio "MiraVouga", recorrendo às locomotivas diesel CP 9000, também dos anos 60, e às carruagens napolitanas, dos anos 30. 

Neste momento, em Sernada do Vouga já se encontram disponíveis as locomotivas CP 9004 e 9005, assim como duas carruagens napolitanas (17-29 004 e 37-29 006). Além disso, a CP tem mais duas carruagens napolitanas a recuperar nas suas oficinas de Guifões, assim como já terá em estado de marcha as automotoras Allan 9310 e Nohab 9103, às quais se juntam e a aguardar recuperação, respetivamente, as suas irmãs 9305 e 9102. Com este material, seria perfeitamente possível criar o tal comboio "MiraVouga", que seria responsável pela maioria das circulações no troço central, sendo que as restantes seriam feitas através da rotação das automotoras 9630, as quais são responsáveis pelo serviço nos restantes troços.


Como é óbvio, esta solução seria temporária e de transição para o novo material circulante que se espera que chegue com urgência a esta linha, mas enquanto isso não acontece, a criação do comboio "MiraVouga" permitiria, além da injeção de mais material na rede com relativa rapidez, a reabertura e melhoria do serviço, que apesar de continuar a não ser o ideal, já seria melhor que nada. Na elaboração da nossa sugestão para a nova tabela de horários, para além da existência de ligações com os comboios que seguem para Aveiro e Espinho com tempos de espera aceitáveis, tivemos em conta que estes possam servir essencialmente quem procura deslocações de e para o trabalho ou escola.


Além disso, para evitar, ou minimizar, que o material histórico afeto ao "MiraVouga" seja vandalizado, este terá sempre de iniciar e terminar as suas marchas em Sernada do Vouga, para que ali possa ficar resguardado durante a noite. É, portanto, a hora de apontar a mira a esta solução e devolver o Vouga ao troço central. Não queremos mais desculpas, queremos o serviço ferroviário de volta. Queremos o comboio "MiraVouga"!

domingo, 19 de outubro de 2025

Movimento Cívico pela Linha do Vouga completa 14 anos!

O MCLV completa mais um ano de intervenção cívica a favor de um presente digno e um futuro próspero para a Linha do Vouga, honrando e respeitando o seu passado. 

Aproveitamos a ocasião para agradecer a todos os quantos nos seguem e que nos têm acompanhado nesta luta ao longo destes 14 anos. O vosso carinho, a vossa força e o vosso incentivo é muito importante para nós e esperamos que continuem por aí a apoiar a nossa luta, que certamente também é a vossa. Por isso, juntem-se a nós nesta causa e ajudem a nossa comunidade a crescer cada vez mais, seguindo-nos nas nossas redes sociais. Só assim a nossa voz poderá chegar mais longe e maior será a probabilidade de vermos as nossas propostas e reivindicações cumpridas. 


Agora, já pode aceder ao nosso website e a todas as nossas redes sociais através de um único link: https://linktr.ee/mclvouga


Agradecemos aos cerca de 12 mil seguidores por fazerem parte desta nossa luta, desta nossa família. A todos vocês, um bem haja!


Por uma infraestrutura e um serviço ferroviário cada vez melhor, sempre! Pela Bitola Estreita, uma Ambição Larga! Viva o Movimento e viva a Linha do Vouga! 


terça-feira, 7 de outubro de 2025

Intervenção e resposta ao deputado Frederico Francisco sobre a Linha do Vouga na Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação


No passado dia 30 de setembro, a propósito da audição regimental a Miguel Pinto Luz, Ministro das Infraestruturas e Habitação, na Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, o atual deputado do PS e especialista em ferrovia, Frederico Francisco, aproveitou o tempo da sua segunda intervenção para falar exclusivamente sobre a Linha do Vouga, e dessa forma, para questionar o ministro sobre o porquê de escolher "criar expectativas de uma mudança (de bitola) milagrosa, mas que dificilmente vai acontecer", em vez de optar por "implementar uma melhoria mais modesta, mas imediata".  
 


Na sua argumentação, o antigo secretário de estado recorreu a um estudo que técnicos da IP apresentaram ao governo em 2022, segundo o qual "a Linha do Vouga tem 303 curvas, das quais 222 (mais de dois terços) têm um raio inferior a 200 metros, o que significa que não se pode circular a mais de 50 km/h". Isto para mostrar que mudar a bitola desta via férrea, na prática, é construir uma linha inteiramente nova, e por isso Frederico Francisco considera "virtualmente impossível" que os novos estudos que o governo de Pinto Luz mandara executar venham a demonstrar o contrário.


Relembrou, ainda, que "os governos do PS incluíram a modernização e eletrificação desta linha no PNI2030" e que "as obras começaram, inclusive no troço central", cuja renovação (de via) já se encontra concluída, e por isso não consegue entender o porquê do serviço de passageiros ainda não ter sido ali reposto.


A resposta da parte do governo coube ao atual secretário de estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, que afirmou, com alguma insolência, que "o troço central não foi renovado" e que a intervenção ali feita serviu apenas para dotá-lo de "condições mínimas para nenhum comboio cair" e não para "servir para uma atividade da CP". Ora, na verdade, e aproveitando para esclarecer o senhor secretário de estado, a CP nunca deixou de ter atividade neste troço, uma vez que sempre recorreu a ele para fazer a rotação do material circulante e para levá-lo às suas oficinas, em Sernada do Vouga. 


Além disso, quando diz que o troço central não fora renovado, Hugo Espírito Santo profere uma afirmação manifestamente falsa, e no nosso entender, desrespeitosa por quem ali executou a obra, pelo dinheiro ali investido (6,2 milhões de euros) e até mesmo por quem utiliza ou aspira a utilizar este meio de transporte. Mais grave ainda, o senhor secretário de estado faz estas afirmações depois da Infraestruturas de Portugal (IP), a empresa pública sob tutela do Ministério das Infraestruturas e Habitação, e do próprio ministro Miguel Pinto Luz, terem feito propaganda à conclusão desta obra, que segundo os quais, "reforça os níveis de fiabilidade, segurança, conforto e qualidade de serviço da infraestrutura ferroviária, beneficiando os milhares de passageiros que utilizam diariamente esta ligação". 


Desta forma, acompanhamos integralmente as preocupações de Frederico Francisco nas diversas questões, assim como manifestamos a nossa profunda revolta e incompreensão pela inoperância da tutela em criar os (poucos) meios necessários que permitam a imediata reposição do serviço comercial de passageiros por via ferroviária, nem que seja pelo menos o que era efetuado antes da sua suspensão, em 2013, e que continua a ser realizado por via do táxi. Parafraseando o próprio Frederico Francisco, é preferível ter um serviço ferroviário não ideal a nenhum serviço e é por isso que apelamos e exigimos a sua imediata reposição, pois como já aqui fora referido, "não há nenhuma boa razão para que o serviço ferroviário entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga não seja retomado de imediato, após a conclusão das obras de renovação da linha". 


©️ Imagens: ARTV


domingo, 5 de outubro de 2025

Um partido político a sugerir o fim da Linha do Vouga?!

Cartaz da IL colocado próximo à estação de São João da Madeira. Foto: Vítor Gomes

Poderia tratar-se apenas de uma brincadeira de mau gosto, mas é isso o que sugere um cartaz da IL colocado junto à passagem de nível localizada a escassos metros a sul da estação de São João da Madeira.

Reconhecemos total legitimidade às populações da zona sul da Área Metropolitana do Porto em reivindicarem o prolongamento do Metro do Porto aos seus concelhos, no entanto misturar isso com a modernização da Linha do Vouga é no mínimo imprudente e revelador de desconhecimento da nossa realidade ferroviária. Apesar dessa reivindicação não estar explícita no cartaz, e até reconhecendo que possa não ser esse o objetivo da sua mensagem, a verdade é que da forma como está elaborado acaba por levar a esse entendimento. 


A Linha do Vouga já presta um serviço semelhante ao de um metro que, infelizmente, ainda não está modernizado. Se todos quisermos vencer ambas as lutas, não misturar "alhos com bugalhos" já será um bom princípio. Sugerir o encerramento da Linha do Vouga para se alcançar o tal "metro", seja ele através da reconversão em metro de superfície, seja ele através do prolongamento do Metro do Porto, é de facto de uma lamentável imprudência, pois como tão bem sabemos, no nosso país uma linha que encerra poderá nunca mais reabir.


sábado, 23 de agosto de 2025

Entrevista ao Porto Canal: supressões continuam na Linha do Vouga


No passado dia 20 de Agosto, o MCLV deu o testemunho sobre as supressões que têm assolado a linha do Vouga há mais de um mês. Voltamos a apelar aos responsáveis políticos que intervenham junto do governo.



terça-feira, 19 de agosto de 2025

Esclarecimento


Foi com agrado e entusiasmo que colaboramos com o jornal Público no sentido de divulgar e denunciar os atrasos e supressões abusivas que se têm verificado ultimamente na Linha do Vouga. No entanto, em defesa da sua honra, o MCLV lamenta ver-se novamente visado por algumas afirmações presentes neste artigo, desta vez vindas do edil aguedense, Jorge Almeida, cujas insinuações, que consideramos infundadas, nos deixaram particularmente surpreendidos, apreensivos e entristecidos, já que é pública a consideração, o respeito e a admiração que temos por este autarca. 


Ainda assim, e deste modo, compete-nos esclarecer o seguinte: 


1) Em momento algum acusamos a atual administração da CP de "desleixo", apesar do evidente negligenciamento a que está votado o serviço ferroviário na Linha do Vouga, de resto, tal como ficou demonstrado pelo próprio artigo do jornal Público; 


2) O MCLV é totalmente apartidário, logo não somos movidos por qualquer interesse nem agimos em função de qualquer agenda político-partidária. Aquilo que nos move é a vontade e a crença em ter uma Linha do Vouga moderna, em bitola métrica e de classe mundial, que preste um serviço ferroviário digno, que sirva a todos os seus utentes (onde nos incluímos) com o máximo de conforto e fiabilidade, sejam eles estudantes, trabalhadores, veraneantes ou turistas; 


3) Não há um momento certo ou errado para manifestar as nossas reivindicações. Errado seria vermos a decadência a que está votado o serviço ferroviário na Linha do Vouga e nada fazer, independentemente se estamos, ou não, a caminho de uma campanha para eleições autárquicas, as quais em nada nos dizem respeito, a não ser no próprio direito que respeita a qualquer cidadão de ir votar no dia 12 de outubro.


Artigo do jornal Público: https://www.publico.pt/2025/08/18/local/noticia/dez-dias-cp-suprimiu-67-comboios-linha-vouga-2144216


Anos
A idade da Linha do Vouga
98 Quilómetros
Via férrea ativa entre Espinho e Aveiro
610000 Passageiros
Média anual na Linha do Vouga

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