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sexta-feira, 21 de novembro de 2025
No seguimento da nossa publicação relativamente ao que a CP poderia fazer para uma imediata reativação do serviço ferroviário de passageiros no troço central da Linha do Vouga, nomeadamente a criação do comboio "MiraVouga", vimos agora apelar à gestora da infraestrutura, a Infraestruturas de Portugal, para que reúna os esforços necessários para ultrapassar o mais rápido possível os obstáculos que continuam a impedir que os comboios sirvam as populações entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga. Tal como descrevemos no nosso comunicado lançado em agosto, é do nosso entender que compete à IP fazer o seguinte:
1) Criar as condições mínimas necessárias para que seja colocado um funcionário, provisoriamente, nas passagem de nível com guarda sem automatização, nomeadamente à saída de Oliveira de Azeméis e à entrada de Albergaria-a-Velha;
2) Colocar plataformas provisórias nas paragens que não estejam, atualmente, dotadas das condições mínimas exigidas pela operadora (a exemplo do que se fez na Linha de Leixões);
3) Acelerar ao máximo o processo de reposição dos Aparelhos de Mudança de Via (AMV's) para que a operadora possa futuramente implementar horários mais atrativos.
Numa análise um pouco mais minuciosa, chegamos à conclusão de que a resolução dos pontos acima referidos poderá revelar-se insuficiente, uma vez que existem estações e apeadeiros cujos padrões de segurança e acessibilidade estão muito abaixo do mínimo que o próprio bom senso exige.
Nesse sentido, e no intuíto de ajudarmos a IP a identificar os diversos problemas de forma a poder agilizar o processo para a sua resolução, apresentamos a nossa avaliação de cada uma das estações e apeadeiros do troço central:
📍 Estação de Oliveira de Azeméis
⚠️ Sala de espera: Sim (desativada)
❌ Bilheteira: Não
⚠️ Painel informativo: Sim (não eletrónico)
✔️ Sinalética: Sim
✔️ Abrigo: Sim
⚠️ WC: Sim (desativado)
✔️ Iluminação: Sim
✔️ Plataforma: Sim
✔️ Acesso pedonal: Sim
✔️ Estacionamento: Sim
✔️ Cruzamentos (AMV's): Sim
✔️ Localizada adequada: Sim
Pontos: 9,5/12
Nota: Bom (79%)
📍 Apeadeiro de Ul
❌ Bilheteira: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Sinalética: Não
⚠️ Abrigo: Sim (deficitário)
✔️ Iluminação: Sim
✔️ Plataforma: Sim
✔️ Acesso pedonal: Sim
⚠️ Estacionamento: Sim (deficitário)
✔️ Localização adequada: Sim
Pontos: 5/9
Nota: Razoável (56%)
📍 Apeadeiro de Travanca/Macinhata
❌ Bilheteira: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Sinalética: Não
❌ Abrigo: Não
❌ Iluminação: Não
✔️ Plataforma: Sim
❌ Acesso pedonal: Não
❌ Estacionamento: Não
✔️ Localização adequada: Sim
Pontos: 2/9
Nota: Mau (22%)
📍 Apeadeiro de Figueiredo
❌ Bilheteira: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Sinalética: Não
✔️ Abrigo: Sim
✔️ Iluminação: Sim
✔️ Plataforma: Sim
✔️ Acesso pedonal: Sim
⚠️ Estacionamento: Sim (deficitário)
⚠️ Localização adequada: A analisar
Pontos: 5/9
Nota: Razoável (56%)
📍 Estação do Pinheiro da Bemposta
❌ Sala de espera: Não
❌ Bilheteira: Não
❌ Sinalética: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Abrigo: Não
❌ WC: Não
⚠️ Iluminação: Sim (deficitária)
✔️ Plataforma: Sim
⚠️ Acesso pedonal: Inadequado
⚠️ Estacionamento: Sim (deficitário)
❌ Cruzamentos (AMV's): Não
✔️ Localizada adequada: Sim
Pontos: 3,5/12
Nota: Insuficiente (29%)
📍 Apeadeiro da Branca
❌ Bilheteira: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Sinalética: Não
❌ Abrigo: Não
✔️ Iluminação: Sim
❌ Plataforma: Não
⚠️ Acesso pedonal: Inadequado
⚠️ Estacionamento: Sim (deficitário)
⚠️ Localização adequada: A analisar
Pontos: 2,5/9
Nota: Insuficiente (28%)
📍 Apeadeiro de Albergaria-a-Nova
❌ Bilheteira: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Sinalética: Não
✔️ Abrigo: Sim
✔️ Iluminação: Sim
✔️ Plataforma: Sim
✔️ Acesso pedonal: Sim
⚠️ Estacionamento: Sim (deficitário)
⚠️ Localização adequada: A analisar
Pontos: 5/9
Nota: Razoável (56%)
📍 Apeadeiro de Urgueiras
❌ Bilheteira: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Sinalética: Não
❌ Abrigo: Não
✔️ Iluminação: Sim
❌ Plataforma: Não
❌ Acesso pedonal: Não
❌ Estacionamento: Não
⚠️ Localização adequada: A analisar
Pontos: 1,5/9
Nota: Mau (17%)
📍 Estação de Albergaria-a-Velha
⚠️ Sala de espera: Sim (desativada)
❌ Bilheteira: Não
❌ Sinalética: Não
❌ Painel informativo: Não
❌ Abrigo: Não
⚠️ WC: Sim (desativado)
⚠️ Iluminação: Sim (deficitária)
✔️ Plataforma: Sim
⚠️ Acesso pedonal: Inadequado
✔️ Estacionamento: Sim
❌ Cruzamentos (AMV's): Não
✔️ Localizada adequada: Sim
Pontos: 5/12
Nota: Insuficiente (42%)
📍 Estação de Sernada do Vouga
❌ Sala de espera: Não
❌ Bilheteira: Não
❌ Sinalética: Não
⚠️ Painel informativo: Sim (não eletrónico)
❌ Abrigo: Não
✔️ WC: Sim
⚠️ Iluminação: Sim (deficitária)
✔️ Plataforma: Sim
✔️ Acesso pedonal: Sim
⚠️ Estacionamento: Sim (deficitário)
✔️ Cruzamentos (AMV's): Sim
✔️ Localizada adequada: Sim
Pontos: 6,5/12
Nota: Razoável (54%)
Legenda (intervalos e pontos de avaliação):
Bom (75-100%)
Razoável (50-74%)
Insuficiente (25-49%)
Mau (0-24%)
✔️ (1 ponto)
⚠️ (0,5 pontos)
❌ (0 pontos)
👉 Passagens de nível (com guarda e sistema manual) a intervir:
📍 Oliveira de Azeméis (PK 33,2)
📍 Albergaria-a-Velha (PK 54,2)
📍 Albergaria-a-Velha (PK 54,9)
👉 Resumo:
Total: 10 paragens (4 estações e 6 apeadeiros)
Bom: Oliveira de Azeméis
Razoável: Ul, Figueiredo, Albergaria-a-Nova e Sernada do Vouga
Insuficiente: Pinheiro da Bemposta, Branca e Albergaria-a-Velha
Mau: Travanca/Macinhata e Urgueiras
Total positivas: 5
Total negativas: 5
👉 Considerações finais:
Para que a infraestrutura esteja efetivamente apta à reativação do serviço comercial, a IP terá de intervir o quanto antes em metade das paragens do troço central, de modo a que estas possam atingir um patamar razoável de operabilidade, sendo os casos mais urgentes os da Branca e Urgueiras, uma vez que neste momento nem de plataforma dispõem. Além disso, terá de automatizar (ou colocar um funcionário) nas três PN's com guarda identificadas (uma em Oliveira de Azeméis e duas em Albergaria-a-Velha). Em abono da verdade, convém salientar que estas intervenções não têm de ficar exclusivamente a cargo da IP, sendo por isso necessária a colaboração do poder local, nomeadamente dos municípios de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda.
Autoria das fotos: Bruno Soares
sexta-feira, 14 de novembro de 2025
Passaram 12 anos desde que o serviço ferroviário de passageiros foi suspenso no troço central da Linha do Vouga. Em 2013, devido ao avançado estado de degradação da infraestrutura, a velocidade máxima naquele troço já era de apenas 30km/h.
Um descarrilamento junto ao apeadeiro de Ul, em meados de outubro desse ano, viria a ser um dos principais pretextos para CP e Refer (atual IP) limitarem as circulações à velocidade máxima de 10km/h, tornando aquele comboio no mais lento de Portugal (e provavelmente da Europa).
Com apenas duas circulações diárias em cada sentido, de Oliveira de Azeméis as automotoras que partiam às 10h30 e às 16h54 em direção a Sernada do Vouga, e no sentido inverso às 6h09 e 14h52, e que já demoravam uma hora e seis minutos para percorrer os cerca de 29 quilómetros, passaram a demorar cerca de três horas!
Se a contestação das populações (onde nos incluímos) e autarcas travou a intenção anunciada pelo governo, em novembro de 2011, de encerrar toda a Linha do Vouga, as mesmas forças já não foram capazes de travar a suspensão do serviço ferroviário de passageiros no seu troço central, que se consumou no final daquele fatídico mês de outubro de 2013, com o anúncio de que este seria substituído por transporte rodoviário (autocarro/táxi), porém mantendo-se aberto e à velocidade máxima de 10 km/h apenas para comboios de serviço (idas à manutenção), num cenário que perdurou ao longo de todos estes anos.
Quando já eram poucos os que acreditavam ser possível salvar aquele troço votado completamente ao abandono, eis que em fevereiro de 2024 iniciaram as tão desejadas obras de renovação, com um investimento que rondou os 6,2 milhões de euros. Em agosto deste ano, o governo e a IP anunciaram com pompa e circunstância a conclusão dessa empreitada, no entanto alegaram que apesar da infraestrutura encontrar-se agora em boas condições de circulação, ainda não permite a retoma do serviço de passageiros.
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| Nesta imagem, mostramos o "antes e depois" do estado da via, junto ao local onde ocorreu o descarrilamento de 2013. |
O "antes e depois" da intervenção na via: https://www.mclv.org/2025/08/o-antes-e-depois-da-renovacao-do-troco.html
Ora, a nossa convicção é de que não há, na verdade, um bom motivo que o justifique. Nesse sentido, o objetivo desta nossa publicação não é debruçar-nos sobre o que compete fazer a cada uma das entidades responsáveis pela Linha do Vouga (IP e CP) para que o serviço de passageiros seja reposto o quanto antes, até porque já o fizemos num comunicado lançado em agosto, mas antes deixar algumas sugestões à operadora ferroviária, as quais, do nosso ponto de vista, poderiam ajudar a agilizar este processo.
Comunicado de agosto: https://www.mclv.org/2025/08/comunicado.html
Como temos vindo intensamente a alertar, um dos grandes problemas desta linha é a falta de material circulante, mas não é menos verdade que desde 2017 que a CP tem vindo a recuperar o pouco material de via estreita que resta no nosso país. E boa parte desse material até já se encontra disponível precisamente nesta linha, embora a sua utilização se tenha limitado apenas a circulações de carácter turístico. Não sendo, portanto, a falta de material circulante motivo para justificar a ausência do serviço de passageiros no troço central, do nosso ponto de vista é possível não só repor as circulações que existiam antes da sua suspensão, como é possível adicionar pelo menos mais duas em cada sentido.
Deixamos, por isso, aqui um quadro com os horários praticados atualmente pelo serviço de substituição (táxi) e outro com a nossa sugestão para a imediata reposição do serviço ferroviário, que apesar de contemplar mais duas circulações em cada sentido, continua a não ser o ideal, mas com os reajustes que apresentamos, permitiria ter alguma atratividade. Tivemos em consideração uma redução dos tempos de viagem de uma hora e seis minutos para "apenas" 55 minutos, acreditando que será expectável um aumento da velocidade máxima de 30 para 50 km/h, à semelhança do que é praticado nos restantes troços. Uma das nossas preocupações é que os comboios que chegam tanto a Oliveira de Azeméis como a Sernada do Vouga possam ter ligação com os comboios que seguem em direção a Espinho e Aveiro, respetivamente, com o menor tempo de espera possível.
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| Neste quadro, mostramos os horários praticados atualmente pelo serviço rodoviário de substituição (táxi), os quais são praticamente idênticos aos que eram feitos pelo comboio antes da sua suspensão. |
Mas afinal, qual é o material circulante que poderia fazer este serviço? A resposta até poderá ser bem mais simples do que parece... Como todos sabemos, e a título de exemplo, um dos grandes sucessos da Linha do Douro é o comboio "Miradouro", constituído essencialmente pelas famosas locomotivas diesel CP 1400, dos anos 60, e pelas carruagens Schindler, dos anos 40. Ora, na Linha do Vouga é possível replicar uma composição relativamente semelhante, que poderia ser o comboio "MiraVouga", recorrendo às locomotivas diesel CP 9000, também dos anos 60, e às carruagens napolitanas, dos anos 30.
Neste momento, em Sernada do Vouga já se encontram disponíveis as locomotivas CP 9004 e 9005, assim como duas carruagens napolitanas (17-29 004 e 37-29 006). Além disso, a CP tem mais duas carruagens napolitanas a recuperar nas suas oficinas de Contumil, assim como já terá em estado de marcha as automotoras Allan 9310 e Nohab 9103, às quais se juntam e a aguardar recuperação, respetivamente, as suas irmãs 9305 e 9102. Com este material, seria perfeitamente possível criar o tal comboio "MiraVouga", que seria responsável pela maioria das circulações no troço central, sendo que as restantes seriam feitas através da rotação das automotoras 9630, as quais são responsáveis pelo serviço nos restantes troços.
Como é óbvio, esta solução seria temporária e de transição para o novo material circulante que se espera que chegue com urgência a esta linha, mas enquanto isso não acontece, a criação do comboio "MiraVouga" permitiria, além da injeção de mais material na rede com relativa rapidez, a reabertura e melhoria do serviço, que apesar de continuar a não ser o ideal, já seria melhor que nada. Na elaboração da nossa sugestão para a nova tabela de horários, para além da existência de ligações com os comboios que seguem para Aveiro e Espinho com tempos de espera aceitáveis, tivemos em conta que estes possam servir essencialmente quem procura deslocações de e para o trabalho ou escola.
Além disso, para evitar, ou minimizar, que o material histórico afeto ao "MiraVouga" seja vandalizado, este terá sempre de iniciar e terminar as suas marchas em Sernada do Vouga, para que ali possa ficar resguardado durante a noite. É, portanto, a hora de apontar a mira a esta solução e devolver o Vouga ao troço central. Não queremos mais desculpas, queremos o serviço ferroviário de volta. Queremos o comboio "MiraVouga"!
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Desde o seu ínicio, em fevereiro de 2024, até ao anúncio da sua conclusão, a empreitada de renovação do troço central da Linha da Vouga demorou cerca de um ano e meio.
Apesar de ter sido adjudicada com um prazo de execução de um ano, a verdade é que esta empreitada ter-se-á estendido em seis meses para além do previsto, tendo a IP anunciado a sua conclusão no início do presente mês. Segundo a gestora da infraestrutura, "a reabilitação da Linha do Vouga reforça a atratividade do transporte ferroviário enquanto alternativa segura, confortável e ambientalmente sustentável", sendo que a intervenção neste troço "representou um investimento de 6,2 milhões de euros" .
Com o objetivo de reforçar "os níveis de fiabilidade, segurança, conforto e qualidade de serviço da infraestrutura ferroviária", a intervenção passou essencialmente pela "renovação da superestrutura de via, com substituição integral de carris, travessas e fixações, balastragem e ataque mecânico pesado".
Realçamos que estes trabalhos de renovação do troço central não foram no âmbito de uma modernização, mas antes de manutenção corrente que permitiu repor as normais condições de circulação numa via que se encontrava completamente degradada, e desde 2013, sem serviço comercial de passageiros.
As fotos que aqui divulgamos foram captadas ao longo do último ano e meio, e ilustram o "antes e depois" da intervenção neste troço, sendo que as melhorias são bem visíveis. A sua reabilitação permite, não só facilitar a rotação do material circulante entre os principais troços, mas abre, também, boas perspetivas para a reativação da sua exploração comercial, quer do ponto de vista do serviço regular, quer do ponto de vista do serviço turístico. Nesse sentido, é necessário repor os cruzamentos, sendo que a IP acabou por confirmar que "está ainda prevista, a partir de 2026, uma intervenção complementar que permitirá reinstalar o cruzamento de comboios nas estações de Pinheiro da Bemposta e Albergaria-a-Velha".
Terminamos, relembrando que estes trabalhos tiveram início há cerca de um ano e meio, mais concretamente em meados de fevereiro de 2024, com a instalação de um estaleiro de obra em Travanca (Oliveira de Azeméis). A empreitada incidiu nos 29 quilómetros que ligam Oliveira de Azeméis a Sernada do Vouga, tendo sido executados pelas empresas Mota-Engil Railway Engineering SA e pela subcontratada Socicarril. Esperamos, assim, que o serviço ferroviário de passageiros seja reposto no próximo ano.
Galeria de imagens
Autoria das fotos: Bruno Soares

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