Movimento Cívico pela Linha do Vouga

"Estamos na luta pela Linha do Vouga. Todos nós sonhamos com algo e todos nós ambicionamos algo. Aquilo com que sonhamos e com que ambicionamos é que a via estreita tenha um futuro e não um fim. Queremos que preservem a última linha de via estreita do país, que a renovem, que lhe "limpem a cara". Não queremos que a eliminem pois faz parte da nossa história. Queremos que os nossos filhos, netos e bisnetos, possam, no futuro, desfrutar das mesmas aventuras que todos nós (ainda) podemos desfrutar. A história da Linha do Vouga é algo que tem de ser preservado, pois um país que não preserve a sua história, não é um país. A via tem um potencial turístico enorme, assim como uma afluência de passageiros que consideramos sustentável caso a oferta de comboios seja melhorada. Em Espanha, encontram-se alguns exemplos de como a via estreita pode ser rentável no século XXI, basta para isso algum dinamismo e vontade política para que isso aconteça de igual modo em Portugal."

A Linha do Vouga Propostas e Reivindicações

Utilidades

Horários

Consulte aqui os horários da Linha do Vouga.

Ver mais

Fotografias

Aprecie as melhores imagens captadas na nossa via férrea.

Ver mais

Vídeos

Assista ao melhores vídeos do nosso Vouguinha.

Ver mais

Vá de Vouga

Vá de Vouga. Embarque na nossa sugestão.

Ver mais

Publicações

terça-feira, 19 de março de 2024

Obras do troço central arrancaram há um mês


Segundo o calendário oficial da Infraestruturas de Portugal, as tão ansiadas obras de renovação do troço central tiveram finalmente o seu início há um mês. Como aqui demos conta, a empresa responsável pela execução da obra, a Mota-Engil Railway Engeneering, S.A., deu início aos trabalhos através da construção de um estaleiro junto ao apeadeiro de Travanca, em Oliveira de Azeméis. 



Fomos acompanhando o seu processo evolutivo, que como se pode confirmar pelas imagens, não teve grandes avanços. No entanto, já podemos verificar a presença de vários metros de carris, algumas travessas e uma máquina que julgamos que irá servir para efetuar a soldadura de carril. 



Os trabalhos de renovação da via deverão arrancar apenas no início do próximo mês.


MCLV, 19 de março de 2024

segunda-feira, 11 de março de 2024

Que futuro querem os aveirenses para a Linha do Vouga?

Resultados eleitorais relativos ao distrito de Aveiro

Resultados destas legislativas são claros: portugueses, e aveirenses em particular, querem que seja a direita a decidir o futuro da Linha do Vouga.


A nível distrital, a Aliança Democrática (AD) teve uma vitória clara, com mais de 31 mil votos do que o seu principal oponente, o Partido Socialista (PS).


Resultados eleitorais relativos ao concelho de São João da Madeira

Analisando os resultados de todos os concelhos atravessados pela Linha do Vouga, a AD venceu na maioria, perdendo apenas para o concelho de São João da Madeira, de onde é natural o líder do PS, Pedro Nuno Santos. Em Espinho, local de residência do seu líder, Luís Montenegro, a AD obteve uma vitória tangencial para o PS, com uma diferença de apenas 47 votos.

Resultados eleitorais relativos ao concelho de Espinho

O que podem significar estes resultados para o futuro da Linha do Vouga?


Estes resultados são extremamente preocupantes para a concretização das permissas e da visão que o MCLV tem para a Linha do Vouga e poderão, por isso, traduzir-se num forte revés para a nossa luta. Enquanto que nós defendemos a preservação da via estreita no nosso país, através da execução da modernização da Linha do Vouga mantendo a bitola métrica (numa visão praticamente alinhada com o Plano Ferroviário Nacional apresentado pelo governo socialista), é sabido que a Aliança Democrática tem uma visão totalmente oposta da nossa.

Embora o programa eleitoral da AD não seja explícito, nem faça qualquer referência à Linha do Vouga, é para nós totalmente claro, sobretudo através de declarações proferidas em campanha por alguns dos seus candidatos a deputados, agora eleitos, de que a sua ambição passa pela modernização desta via férrea com alteração para bitola ibérica, prevendo uma ligação direta à Linha do Norte, em Espinho.

O problema é que esta visão de modernização para a Linha do Vouga, como já aqui temos referido e debatido por diversas vezes, é de concretização praticamente impossível, quer pelas dificuldades técnicas inerentes à sua execução, quer pela incapacidade da Linha do Norte em receber mais comboios.

Convém salientar, ainda, de que esse projeto de modernização terá o triplo dos custos daquele que idealizamos e está vocacionado apenas para o troço de pouco mais de 30 quilómetros que serve os concelhos da parte sul da Área Metropolitana do Porto e que ligam Oliveira de Azeméis a Espinho.

Não tendo sido, até hoje, demonstrada de forma clara e objetiva a sua real intenção para os restantes 60 quilómetros da Linha do Vouga, que ligam Oliveira de Azeméis a Aveiro, temos de encarar, com uma forte possibilidade, de que a AD poderá vir a optar pelo seu encerramento em definitivo.

O MCLV nasceu precisamente numa época em que um governo de coligação PSD/CDS decretou o encerramento em definitivo da totalidade Linha do Vouga. Hoje, é praticamente certo de que esta coligação voltará a tomar as rédeas do país. Certo é, também, que estamos numa época em que já ninguém imagina o encerramento da Linha do Vouga, e como tal não iremos tolerar que lhe seja subtraído um único quilómetro. Deste modo, apelamos à sabedoria e ao bom senso dos futuros governantes para que não seja dado qualquer passo atrás na modernização da Linha do Vouga, e isso significa aprovar o PNF e o PNI2030 conforme estão escritos neste momento.

As pessoas não andam de bitola, andam de comboio. Mas para andarem de comboio, é preciso uma linha em que ele possa circular. Por isso, esperamos que se opte pela bitola que permita uma solução de modernização realista. Qualquer solução ilusória poderá terminar num metrobus, ou, na pior das hipóteses, numa ciclovia, e isso certamente não será o desejo de nenhum aveirense.

MCLV, 11 de março de 2024

quarta-feira, 6 de março de 2024

Enquanto Pedro Nuno Santos quer prolongar a Linha do Vouga, Emídio Sousa não sabe o que quer

O candidato a primeiro ministro, Pedro Nuno Santos, é o cabeça de lista do Partido Socialista (PS) por Aveiro às Legislativas do próximo dia 10 de março. O seu principal oponente ao nível distrital é Emídio Sousa, que suspendeu o seu mandato como presidente de autarquia de Santa Maria da Feira para ser cabeça de lista pela Aliança Democrática (AD).


José Carlos Barbosa, Nuno Freitas e Pedro Nuno Santos orquestraram uma verdadeira revolução na ferrovia entre 2019 e 2022. Foto: FB de José Carlos Barbosa


A poucos dias de novas eleições, a Rádio Terranova divulgou no início desta semana que Pedro Nuno Santos terá feito "publicar um texto dirigido aos eleitores do concelho de Ílhavo" (ver notícia), numa carta onde "diz que deseja lutar pela ligação da linha do Vouga a Ílhavo", numa clara alusão há aqui já falada possibilidade de prolongamento desta via férrea à praia da Barra. 


Como bem sabemos, este prolongamento da linha permite também levar o comboio até à Universidade de Aveiro, sendo um dos objetivos dos socialistas ligar o campus universitário aos restantes polos, nomeadamente ao de Águeda e ao de Oliveira de Azeméis. Outro dos seus grandes objetivos para a Linha do Vouga passa pela reposição da sua interface com a Linha do Norte, em Espinho (ver notícia).


Excerto da entrevista de Emídio Sousa ao jornal 'Correio da Feira", edição de 1 de março de 2024

Em contraciclo, Emídio Sousa acabou por surpreender-nos com mais um das suas "cambalhotas", já que se até aqui há uns meses defendia a interface da Linha do Vouga com a futura Linha de Alta Velocidade (ver notícia) no ponto em que estas se cruzam, ou seja, em São Paio de Oleiros (freguesia na parte norte do concelho de Santa Maria da Feira), mais concretamente na zona da Lapa, viemos agora a saber através de uma entrevista que dera ao Correio da Feira de que Emídio passara a reivindicar "uma estação algures na zona de Travanca", já que é nessa freguesia situada na zona sul do concelho feirense e próximo do Europarque, que está previsto um "PUEC - Ponte de Ultrapassagem e Estacionamento de Comboios, que tem de ter dois quilómetros de extensão". 


No ano passado, Emídio Sousa defendeu a criação de uma interface entre a LAV e a Linha do Vouga. Foto: JN

Ora, quanto à requalificação da linha, se há praticamente um ano a posição de Emídio Sousa não era clara em relação à bitola, embora  admitisse ter dúvidas em relação à manutenção da atual (bitola métrica), recentes afirmações do próprio vieram comprovar que o ex-autarca voltou a abraçar a ideia do seu partido (PSD), cuja visão (do nosso ponto de vista pouco realista) para esta via férrea, passa pela sua modernização com alteração para bitola ibérica e apenas no troço (norte) que serve os concelhos inseridos na Área Metropolitana do Porto (ver notícia).  


Em campanha para as legislativas, as trocas de acusações entre os dois partidos foram evidentes. De um lado, Pedro Nuno Santos, em entrevista a um meio de imprensa regional de Oliveira de Azeméis (ver notícia), afirmou que foi "importante para nós (PS) acabar definitivamente com qualquer pretensão de encerramento da linha do Vouga", e continua dizendo que "devemos recordar que o último governo PSD/CDS decretou, em Diário da República, o encerramento da linha". O candidato a primeiro ministro prosseguiu com as críticas dizendo que "foi aliás a única decisão que tomaram sobre a linha do Vouga". Enaltece ainda os seus feitos, constatando que "nos últimos anos já fizemos requalificação a norte de Oliveira de Azeméis e está em curso a obra para sul, recuperando o serviço de passageiros há anos interrompido".  


Por seu turno, Emídio Sousa atacou diretamente Pedro Nuno Santos (ver notícia) afirmando que "o cabeça de lista do PS e candidato a primeiro ministro foi ministro das infraestruturas e não realizou qualquer obra no nosso distrito", acrescentado que, tendo tido a tutela, "tem na Linha do Vouga outro dos seus grandes fracassos". 


Por fim e parafraseando Rui Moreira, presidente da câmara municipal do Porto, somos independentes, já que não temos qualquer tipo de ligação político-partidária, mas não podemos, de todo, ser neutros a toda esta situação! O MCLV não esquece os avanços que Pedro Nuno Santos trouxe à ferrovia nacional e, sobretudo, à linha do Vouga. A verdade é que, enquanto ministro das infraestruturas, o agora candidato a primeiro ministro colocou em marcha os trabalhos para a requalificação da totalidade desta linha, com a renovação de via entre Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira, e com a atualização do PNI2030, prevendo a modernização de toda a extensão da linha, mantendo a bitola métrica. De salientar, ainda, que recuperou material circulante histórico que já serviu com sucesso o Comboio Histórico do Vouga. 


Por outro lado, Emídio Sousa tem vindo a demonstrar incoerência naquilo que defende para a Linha do Vouga, visto que parece tomar decisões conforme lhe é mais conveniente perante cada situação. Contrariando os conselhos da maioria dos especialistas ferroviários (ver notícia), optou por seguir a ideologia do seu partido. Ideologia essa que, como é sabido, consideramos errada e pouco realista. Até a interface com a LAV já nem sabemos bem se a defende ou não… Por isso, consideramos injustas as críticas que o cabeça de lista pela AD faz a uma personalidade que realmente fez algo para devolver alguma dignidade a uma linha para a qual somente deveríamos estar concentrados na apresentação de propostas concretas para a sua modernização, de uma forma realista, e não em utilizá-la como arma de arremesso no ataque político. No próximo dia 10, sabemos bem a quem devemos dar o nosso voto de confiança pela ferrovia. Basta olhar para os programas eleitorais de cada um.


MCLV, 6 de março de 2024

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Ferrovia e Linha do Vouga: BE e CDU no verde; AD entre o vermelho e o amarelo

Linha do Vouga no seu troço central. Foto: Bruno Soares

Findos os debates entre todos os líderes partidários com assento parlamentar, com vista às próximas eleições legislativas do dia 10 de março, nos quais puderam expor as suas ideias ao país, ficamos com o sentimento de que não se deu a devida atenção ao tema da ferrovia. Nesse sentido, o MCLV decidiu analisar os programas eleitorais de todos estes partidos, com o propósito de darmos a nossa avaliação (totalmente independente e apartidária), quer às propostas para a ferrovia em geral, quer para a Linha do Vouga em particular. Assim sendo, procedemos a essa avaliação atribuindo as cores verde, amarelo e vermelho, em que cada uma destas representa a nota "Muito Bom", "Razoável" e "Mau", respetivamente. 


 Partido Socialista


O PS apresenta o seu programa eleitoral denominado "Plano de Ação para Portugal Inteiro", no qual encontramos as propostas para a ferrovia no seu capítulo 6 (pág. 30), designado por "Investimento em infraestruturas e nos transportes públicos ao serviço do desenvolvimento e de uma mobilidade sustentável".

"Para além dos investimentos no transporte de mercadorias e na eletrificação e modernização da rede", o PS quer "melhorar, consistentemente, os serviços de passageiros e o alargamento da rede, que levará o comboio a territórios que não são atualmente servidos." 

O partido agora liderado por Pedro Nuno Santos pretende avançar com o Plano Ferroviário Nacional (PFN), "elaborado nos últimos dois anos com ampla participação pública", e que no entender dos socialistas "deverá ser aprovado - passando a ser uma orientação para a ferrovia no futuro, ligando as principais cidades, portos e aeroportos do país".

Surpreendentemente, no que à Linha do Vouga diz respeito, e embora saibamos das intenções que lhe estão imputadas pelo PFN, neste programa eleitoral não existe qualquer menção à mesma, prevendo o seguinte para a Área Metropolitana do Porto:

· "Concluir a obra de modernização da Linha do Norte entre Ovar e Gaia; reintroduzir serviços de passageiros na Linha de Leixões;
· prosseguir com os estudos para a futura Linha do Vale do Sousa."

Nota ainda para a intenção em "alargar progressivamente a cobertura do Passe Ferroviário Nacional a toda a rede ferroviária através do alargamento da cobertura de serviços Regionais."

Nota Ferrovia:
(Verde)
Nota Linha do Vouga:
(Amarelo)



  Aliança Democrática (PSD+CDS-PP+PPM)


A coligação de direita refere que "o papel do transporte ferroviário é indelével no ecossistema do serviço público de transporte de passageiros e de mercadorias" e, como tal, pretende o "aumento da quota do transporte ferroviário de passageiros e de mercadorias".

No seu programa denominado por "Mudança Segura", a AD liderada por Luís Montenegro, apresenta o capitulo "Transporte Ferroviário" (pág. 150), no qual apenas refere a criação de "um novo modelo de exploração no transporte ferroviário de passageiros, descentralizando a gestão dos serviços de transporte de natureza eminentemente local, bem como reduzindo substancialmente as barreiras a entrada de novos concorrentes."

Além disso, este programa limita-se a algumas ideias para "impulsionar o transporte ferroviário de mercadorias" e para "promover uma nova relação entre o transporte ferroviário e os passageiros". 

Sem qualquer referência à Linha do Vouga, consideramos um programa bastante limitado no que à ferrovia diz respeito. 


Nota Ferrovia:
(Amarelo)
Nota Linha do Vouga:
(Vermelho)



 Chega


O partido de André Ventura apresenta o programa "Limpar Portugal", no qual, sem que exista um capítulo específico, apresenta as principais questões ferroviárias a partir da página 110, onde é referido que "atualmente existe falta de integração e de coordenação entre os diferentes modos e operadores de transporte". Considera ainda que "apesar da existência de alguns sistemas intermodais, como o Navegante em Lisboa ou o Andante no Porto, ainda há muitas barreiras tarifárias, operacionais e administrativas que dificultam a articulação entre os transportes rodoviários, ferroviários, fluviais e urbanos". Falhas essas que diz limitar "a acessibilidade, a mobilidade e a competitividade dos transportes públicos em Portugal". Além disso, "a manutenção da infra-estrutura de transportes existente, incluindo estradas e ferrovias, deve ser uma preocupação constante."

Considerando como prioritário "concretizar o Plano Nacional de Ferrovia (PNF)", o programa eleitoral do Chega também não faz qualquer menção à Linha do Vouga. As questões ferroviárias vão sendo apresentadas como "pontos soltos", dos quais destacamos:

• "Proceder à eletrificação de todas as linhas férreas acompanhando a bitola europeia e equacionar a reabertura de estações e apeadeiros encerrados ao longo dos anos";
• "Elaborar um programa de aproveitamento e modernização das linhas ferroviárias especialmente vocacionadas para o transporte de mercadorias, económica e ambientalmente sustentado";
• "Apoiar técnica e financeiramente a concepção e construção de estruturas de articulação entre diferentes modos de transporte, com especial prioridade à ligação entre transportes ferroviários e rodoviários, de acordo com uma visão conjugada e complementar dos diferentes meios de transporte."

Nota Ferrovia:
(Amarelo)
Nota Linha do Vouga:
(Amarelo)



  Iniciativa Liberal

Com o programa denominado "Por um Portugal com futuro", é no capítulo 3 "Transportes: Mais Mobilidade" (Pág. 10) onde a Iniciativa Liberal apresenta as suas ideias para a ferrovia. O partido de Rui Rocha pretende implementar o seu próprio Plano Ferroviário, com horizonte 2040, "para que nenhuma capital de distrito esteja a mais de 2 horas de distância de Porto ou Lisboa". Pretende ainda:

• "Executar o projeto TGV: linha ferroviária de alta velocidade Lisboa-Porto";
• "Maior concorrência do serviço ferroviário atualmente prestado pela CP e reforma do governo o setor ferroviário";
• "Potenciar o transporte ferroviário de mercadorias e reduzir a taxa de uso ferroviária para todos os tipos de tráfego".

O partido de direita liberal sugere ainda a "reativação de linhas com interesse económico, social e turístico, como é o caso da linha do Douro até Barca d’Alva, ramal de Monção, linha Régua–Vila Real, linha Beja–Ourique e linha Pampilhosa–Cantanhede."

Segundo o seu programa, a IL quer "recuperar o serviço noturno para os transportes ferroviários internacionais", e pretende, também, "reformar o governo do setor ferroviário", numa perspetiva em que "o Estado foca os seus recursos no planeamento, desenho e financiamento de políticas públicas, deixando a operacionalização para as empresas especializadas".

A Iniciativa Liberal considera que, até 2050, "será possível aumentar a quota modal do transporte ferroviário de mercadorias dos atuais 10% para 40%, reduzindo "a taxa de uso ferroviária para todos os tipos de tráfego."

Faz uma breve referência à Linha do Vouga, sugerindo que esta deverá estar ligada a um "novo sistema de mobilidade de Aveiro".

Nota Ferrovia:
(Amarelo)
Nota Linha do Vouga:
(Amarelo)



 Bloco de Esquerda

Com o programa eleitoral "Fazer o que nunca foi feito", é no capítulo "4.2.2: Aposta na Ferrovia para ligar todo o país" (pág. 76), que o partido de Mariana Mortágua apresenta as suas ideias para a ferrovia. Transcrevendo na integra, "o Plano Ferroviário Nacional (PFN) que o Bloco tem vindo a defender assenta num programa de investimentos públicos ao longo de duas décadas", no qual:

• "Toda a rede deve estar eletrificada e gerida com recurso a sistemas automatizados de sinalização, controlo e gestão de tráfego";
• "Todas as capitais regionais ou distritais devem estar ligadas por modo ferroviário de modo que permita a multimodalidade no transporte interno e internacional";
• Devem estar asseguradas ligações funcionais entre os vários sistemas logísticos – portos, aeroportos, plataformas logísticas regionais e fronteiras - por onde circularão os serviços ferroviários";
• "Deve estar garantido aos cidadãos com mobilidade reduzida pleno acesso à rede ferroviária e às composições que nela circulem";
• "O peso da quota ferroviária no transporte terrestre de pessoas e mercadorias deverá ser 40% das toneladas-quilómetros transportadas e 40% dos passageiros-quilómetros transportados.

Entre outras medidas, o Bloco de Esquerda propõe ainda:

• "a construção de novas acessibilidades ferroviárias em vários pontos do território";
• "o reforço do domínio de atuação de uma empresa pública dedicada à ferrovia";
• "Plano de Modernização e Renovação do Material Circulante da CP";
• "Reabertura da linha ferroviária de Leixões para passageiros".

Quanto à Linha do Vouga, refere a "reabilitação e eletrificação de toda a extensão da Linha do Vouga, obra com atrasos inaceitáveis há demasiados anos".

Nota Ferrovia:
(Verde)
Nota Linha do Vouga:
(Verde)




CDU (PCP+PEV)

A CDU de Paulo Raimundo apresenta o programa "Soluções para um Portugal com futuro" e é no capítulo 2 - "Investimentos em infraestruturas" (pág. 22) que começa por defender a "construção da TTT em modo rodoferroviário entre Chelas e Barreiro, com a nova ligação ferroviária Lisboa/Évora em Alta Velocidade". De seguida, propõe a conclusão da "discussão do Plano Nacional Ferroviário, partindo da proposta já objeto de discussão pública, corrigindo-lhe as muitas insuficiências e removendo as causas dos atrasos na concretização das obras de construção e modernização da infraestrutura".

Além disso, pretende "acelerar a modernização da rede ferroviária em todas as suas componentes (via, eletrificação, sistemas de controlo e telecomunicações) designadamente na extensão total das Linhas do Douro, Vouga, Beira Alta, Oeste, Leste, Alentejo, Algarve e Cascais, e a ligação Évora-Caia em curso, a reabertura de outras linhas e ramais, como o da Figueira da Foz e da Lousã, a construção de novas como Braga/Guimarães ou ligação a unidades industriais, parques logísticos, portos e capitais de distrito." 

Por fim, a CDU quer "reconstruir uma CP pública, moderna e saneada financeiramente, que assegure a gestão das infraestruturas, do material circulante e a exploração de todos os serviços ferroviários, o que exige reverter a privatização da CP Carga, integrar a Fertagus no final da concessão em 2024 e reverter a fusão da REFER na IP."

Nota Ferrovia:
(Verde)
Nota Linha do Vouga:
(Verde)




Livre


O partido de Rui Tavares apresenta o programa "Contrato com o futuro", o qual também não apresenta uma capítulo em específico dedicado à ferrovia. É a partir da página 84 onde encontramos as medidas do Livre dedicadas a esta temática. Começando pelo ponto 15, o partido pretende "dar os passos para a criação do Passe de Mobilidade Nacional, juntamente com as diversas Autoridades de Transportes, as Áreas Metropolitanas e as Comunidades Intermunicipais, que abranja o transporte urbano, suburbano, regional, de médio curso e flexível nos modos rodoviário, ferroviário, fluvial e de mobilidade ativa."

Passando para o ponto seguinte, o Livre tem como objetivo "alargar o âmbito territorial do Passe Ferroviário Nacional, aos comboios Intercidades e aos comboios Urbanos nos trajetos que ainda não estão incluídos, mantendo o valor mensal do Passe Ferroviário Nacional e acompanhando o reforço do serviço ferroviário e do investimento na renovação e aquisição de material circulante."

Quanto ao investimento ferroviário, são apresentadas uma séria de ideias das quais destacamos projetar "uma rede de alta velocidade, em articulação com a rede ferroviária existente, que permita aumento de capacidade, frequência e de velocidade entre as cidades da Península Ibérica; garantir "que todas as capitais de distrito estão ligadas por ferrovia, assegurando uma oferta de qualidade e frequente"; garantir "a articulação dos serviços regionais e urbanos com outros transportes públicos e com os modos ativos de deslocação, prevendo-se o estacionamento seguro e o transporte de bicicletas"; completar "a eletrificação da rede ferroviária nacional"; reforçar "as condições de trabalho nas oficinas de manutenção da CP"; "recuperar os comboios noturnos em Portugal e na Península Ibérica", e por fim "assegurar um transporte de mercadorias sustentável e seguro".

A um nível geral refere boas ideias para a ferrovia sem mencionar nada em concreto para a Linha do Vouga.

Nota Ferrovia:
(Verde)
Nota Linha do Vouga:
(Amarelo)



  PAN

O partido liderado por Inês de Sousa Real apresenta o programa "Compromisso com as pessoas, os animais e a natureza" e é a partir da página 21 onde encontramos as suas ideias para a ferrovia. Sem apresentar um capítulo específico, são apresentados diversos pontos, que começam por mostrar que este partido tem uma claro objetivo na redução tarifária dos transportes públicos, pretendendo assim:
 
• "Criar um passe único nacional de transportes públicos";
• "Garantir a gratuitidade do passe a todos os jovens até aos 25 anos, independentemente de trabalharem ou estudarem";
• Assegurar a gratuitidade dos passes mensais de transportes público até 2028, implementando, progressivamente, uma redução  em 50% do valor da sua tarifa inteira e do preço do passe ferroviário nacional, até 2026".

Com as preocupações ambientais em primeiro plano, o partido pretende portanto "concluir a Avaliação Ambiental Estratégica do Plano Ferroviário Nacional e assegurar a sua revisão
em termos que deem prioridade aos investimentos com maior potencial de redução do impacto ambiental do setor de transportes e garantam a aposta até 2030 em ligações rápidas entre capitais de distrito, a ligação ferroviária em todas as capitais de distrito e o aumento da capacidade de transportar passageiros a nível nacional e internacional em detrimento da aposta no tráfego aéreo". O partido pretende também "a eletrificação de toda a rede ferroviária existente.

Quanto ao projeto da Alta Velocidade, o PAN pretende "que as estações a construir sejam preferencialmente integradas na atual rede ferroviária ou que, quando tal não se revele possível, haja a garantia de ligação rápida por meio de transportes públicos". Entre outros objetivos, o PAN defende ainda "a criação de uma linha ferroviária do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em termos que assegurem a conexão com a rede de transportes públicos da Área Metropolitana do Porto".

No âmbito ambiental, pretende "a salvaguarda dos ecossistemas existentes e da livre circulação da fauna no traçado proposto" para a futura LAV. Por fim, pretende "criar um grupo de trabalho" que "(...) tenha a missão de avaliar a execução das medidas de proteção e de manutenção do arvoredo e em especial da área de sobreiro e de azinheira na concretização dos projetos de investimento na ferrovia previstos no âmbito do Plano Ferroviário Nacional, do Programa Ferrovia 2020 e do PT2030, e noutras grandes obras públicas".

A um nível geral também refere boas ideias para a ferrovia, no entanto não apresenta nada em específico para a Linha do Vouga.

Nota Ferrovia:
(Verde)
Nota Linha do Vouga:
(Amarelo)



Notas gerais:

No que à Linha do Vouga diz respeito, embora saibamos que a maioria das pretensões do Partido Socialista vão ao encontro das próprias pretensões do MCLV, através das medidas inscritas no Plano Ferroviário Nacional, a verdade é que não deixa de ser preocupante a ausência de qualquer menção a esta via férrea no seu programa eleitoral. Ao nível geral, consideramos que apresenta propostas bastante válidas para a ferrovia. 

Quanto à Aliança Democrática, de um modo geral e do nosso ponto de vista, ficamos surpreendidos pela negativa, já que a coligação de direita, que até vai na frente segundo as mais recentes sondagens, apresenta um programa eleitoral bastante limitado no que à ferrovia diz respeito. A nota negativa em relação à Linha do Vouga é atribuída no sentido em que, para além de não lhe ser feita qualquer menção, também não refere as suas pretensões quanto ao Plano Ferroviário Nacional.

De uma forma agora um pouco mais resumida, o BE e a CDU foram para nós os partidos que nos dois pontos avaliados cumpriram com todas as nossas expectativas. No mesmo patamar do PS, colocamos o Livre e o PAN, já que consideramos que também apresentam ideias bastante válidas para a ferrovia, no entanto falharam pela ausência de menção à Linha do Vouga.

Por fim, na nossa perspetiva, o Chega e a Iniciativa Liberal apresentam propostas bastante razoáveis para a ferrovia e mencionam a Linha do Vouga, no entanto, e à semelhança da Aliança Democrática, temos sérias dúvidas que as suas políticas  possam ir ao encontro daquilo que por nós é defendido, nomeadamente a modernização de toda a extensão da linha, mantendo a bitola métrica.     

MCLV, 28 de fevereiro de 2024 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Museu da Linha do Vouga em Oliveira de Azeméis?!

O MCLV tomou conhecimento através de uma notícia divulgada por um meio de imprensa regional de Oliveira de Azeméis de que a autarquia deste concelho tem a intenção de aproveitar alguns edifícios contíguos à estação da sua cidade, nomeadamente os dormitórios, que pretende transformar num albergue para peregrinos, e um armazém que poderá ser transformado num espaço museológico dedicado à Linha do Vouga.


Estação de Oliveira de Azeméis e respetivos dormitórios (à esquerda) e armazém (à direita)

Há semelhança do que já aconteceu com a estação de Couto de Cucujães, a autarquia oliveirense pretende recuperar o edifício dos antigos dormitórios para servir de albergue para peregrinos, cuja temática será dedicada à ferrovia. Além disso, o executivo municipal quer que o edifício da estação de Oliveira de Azeméis e os terrenos envolventes sejam subconcessionados a uma empresa privada e até já terá feito essa proposta à Infraestruturas de Portugal.


Segundo a mesma notícia, essa subconcessão terá a duração de 20 anos e a autarquia ficará isenta de custos, desde que faça uma manutenção básica aos referidos espaços. Quanto ao armazém onde se pretende que seja implementado o museu, o mesmo até já terá sido intervencionado recentemente ao nível da cobertura e o objetivo é que este "permita mostrar às pessoas a importância que a Linha do Vale do Vouga teve do ponto de vista económico e social" para a região através da exposição de uma carruagem e de um conjunto de material relacionado com a ferrovia.


Além do museu, pretende-se o aproveitamento dos terrenos, que poderá passar pela criação de uma bolsa de estacionamento, algo considerado fundamental tendo em vista a requalificação que se avizinha para esta via férrea. No entanto, e apesar da importância destes trabalhos, o edil oliveirense, Joaquim Jorge, terá alertado em reunião de câmara para a morosidade destes processos.   


MCLV, 23 de fevereiro de 2024

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Estaleiro, máquinas, ação: que comecem as obras do troço central!

Estaleiro de obra junto ao apeadeiro de Travanca. Foto: Vitor Gomes

Momento histórico na Linha do Vouga. Quase 11 anos depois de ter sido decretada a suspensão do serviço ferroviário de passageiros por degradação da infraestrutura, o troço central, entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga, vai finalmente entrar em obras. No início desta semana, a Mota Engil (empresa responsável pela execução da empreitada), procedeu com os primeiros trabalhos para a implementação de um estaleiro de obra junto ao apeadeiro de Travanca, em Oliveira de Azeméis. 

Em conversa com um dos responsáveis, o MCLV conseguiu apurar que a intervenção na linha deverá arrancar no início do próximo mês, sendo que numa primeira fase os trabalhos decorrerão entre Travanca e Oliveira de Azeméis. Posteriormente, a obra avançará entre Travanca e Sernada do Vouga.

Maquinaria da Mota Engil adaptada para trabalhos na via férrea. Foto: Jorge Seoane

Relativamente às marchas técnicas das automotoras UDD 9630, com vista à sua ida à manutenção nas oficinas de Sernada, as mesmas ocorrerão de 10 em 10 dias, sendo que a circulação ferroviária ficará suspensa durante esse intervalo. Relembramos que a obra, que consiste na renovação integral de via, terá um prazo de execução de um ano, com um custo próximo dos 5 milhões de euros.

MCLV, 21 de fevereiro de 2024
116 Anos
A idade da Linha do Vouga
8800 Seguidores
Na nossa página no Facebook
610000 Passageiros
Média anual na Linha do Vouga

Comboios

Material circulante
Diesel
Material circulante
Vapor
Obras de arte
Estações, apeadeiros, pontes...
Outras linhas
Tua, Corgo, Tâmega...

Contacto

Fale connosco

Quer juntar-se ao movimento? Tem documentos interessantes, tais como vídeos, fotografias, postais (etc.), que gostaria de partilhar connosco? Então contacte-nos!

Endereço:

Não definido.

Disponibilidade:

Segunda a sexta entre as 17h30 e 22h30

Telefone:

Não definido.