No mês passado, constatamos a remoção dos Aparelhos de Mudança de Via (AMV's) da estação de Pinheiro da Bemposta, com a Infraestruturas de Portugal (IP) a justificar tais trabalhos com o facto de "o troço em causa, apenas com circulações técnicas" já não ter a "possibilidade de cruzamento, atenta a inoperacionalidade dos AMV's das estações de Albergaria-a-Velha e de Pinheiro da Bemposta, por falta de condições de segurança na sua utilização".
A IP informou-nos ainda de que "nesta fase apenas foram levantadas algumas peças dos AMV's existentes na estação da Bemposta, tratando-se de uma ação preparatória para a empreitada de renovação prevista iniciar no decurso de fevereiro (...), no sentido de dotar aquela estação de um AMV que reúna as condições mínimas para ser manobrado e permitir o estacionamento dos equipamentos afetos à referida empreitada".
Quando alertada para o que consideremos ser um erro grave em deixar o troço central, de 29 quilómetros, sem possibilidade de cruzamentos, ficou uma vez mais patente a desconexão entre o carril e a roda, já que empresa pública "atirou a batata quente" para a CP - Comboios de Portugal, deixando para esta última a decisão de uma futura reposição das AMV's. Para a IP, os cruzamentos no troço central dependerão "sempre do modelo de exploração que vier a ser definido pelo operador". Embora saibamos que tenha intenções em recuperar o serviço ferroviário de passageiros neste troço, tentamos confrontar a CP com tais afirmações, mas até ao momento não obtivemos respostas.
Entretanto, pudemos testemunhar a reposição da AMV na parte sul da estação de Pinheiro da Bemposta, confirmando-se assim a intenção da IP em transformar a "linha 2" numa simples via de resguardo.
MCLV, 19 de fevereiro de 2024
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