Segundo o JN, o presidente da câmara de Águeda, Jorge Almeida, terá revelado que 65% dos passageiros que utilizam a Linha do Vouga fazem-no no seu troço sul. Estes dados permitem atestar quem está verdadeiramente empenhado na sua modernização.
Considerando estas percentagens de distribuição dos cerca de 800 mil passageiros que utilizam anualmente a Linha do Vouga, significa que 520 mil utilizam o troço Sernada do Vouga-Aveiro e apenas 280 mil os troços restantes, entre Sernada do Vouga e Espinho. No entanto, é muito provável que a média anual de passageiros possa ultrapassar 1 milhão, já que a grande afluência que se verifica no troço norte durante o verão, tem tornado quase impossível a cobrança e respectivo registo de todas as utilizações. Convém esclarecer, também, que graças à preserverança da autarquia aguedense, o número de circulações no troço sul é atualmente superior ao do troço norte, contabilizando-se onze em cada sentido no troço sul e apenas oito no troço norte.
A percepção de muitas pessoas é de que a Linha do Vouga tem uma fraca afluência, mas apesar do serviço que é prestado estar de facto obsoleto, a verdade é que apresenta uma média de passageiros superior, por exemplo, a uma linha eletrificada e de bitola larga como é o caso da Linha da Beira Baixa.
Na nossa opinião, o maior número de utilizações no troço sul poderá ser mesmo justificado pelo empenho das autarquias que este atravessa, especialmente a de Águeda, que pretende uma modernização rápida e realista, e por isso tem tomado iniciativas e decisões que vão nesse sentido.
As indecisões das restantes autarquias, sobretudo pela clara falta de consenso em relação à bitola, têm desviado as atenções quanto ao que realmente importa implementar na linha, o que poderá acabar por justificar esta decadência no número de passageiros.
Apesar de ser possível a utilização do Passe Verde Ferroviário em toda a extensão da linha e do sistema Andante estar já implementado no trajeto inserido na AMP, continuam a existir várias indefinições, nomeadamente, quanto à reposição da interface com a Linha do Norte em Espinho, assim como quanto à relocalização e criação de novos apeadeiros, tanto no troço norte como no troço central.
Também a falta do reajuste de horários e aumento de circulações, em boa parte justificada pela falta de material circulante, poderá contribuir para este afastamento das populações na utilização do comboio. Apelamos, portanto, para que todos os autarcas servidos por esta linha se foquem de uma vez por todas no que realmente importa, para que tenhamos uma modernização rápida e realista, evitando assim ilusões de projetos megalómanos, que apesar de aparentemente aliciantes, não servirão verdadeiramente os interesses das populações. As pessoas não andam de bitola, andam de comboio, e por isso queremos é mais comboios, mais frequência, mais conforto e queremos tudo isso o mais rapidamente possível.
Notícia JN: https://www.jn.pt/2779197839/agueda-quer-tres-novos-apeadeiros-e-reforco-de-horarios-da-linha-do-vouga/
MCLV, 2 de junho de 2025
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